Espaços seguros para mulheres foi tema da nossa roda de conversa

Quais são os espaços seguros para mulheres na cidade? Em que situações elas se sentem acolhidas e valorizadas? Esse foi o tema da 2ª roda de conversa Mulheres na Cidade, organizada pelo Formiga-me em parceria com o Druma Yoga no último sábado, dia 27 de abril. Entre quitutes e tapetinhos de yoga, a gente reuniu catorze mulheres, dois homens e um neném! Sim, o João, de 1 ano, participou do evento junto com a sua mãe, Juliana.

Para início de conversa, a roda trouxe diferentes experiências e visões do que é ser mulher na cidade. Isso aconteceu inclusive a partir da participação dos homens, que foram convidados a somar na discussão. Um deles tinha mais de 60 anos e logo comentou sobre a mudança na maneira de maternar, visto que tínhamos ali mesmo uma mãe criando seu bebê de uma forma bem diferente da que ele conhecia.

Durante o encontro, as mulheres compartilharam histórias e vivências de medo, assédio e insegurança na cidade. Apesar de ser algo bastante comum, é sempre chocante perceber que toda menina e toda mulher já passou por alguma situação de violência e desconforto em espaços públicos. Muito mais de uma vez, aliás. Por outro lado, todas concordaram que estar ali, conversando sobre isso, não só reforça que esse é um problema de todos, como também ajuda a nos fortalecer.

Espaços seguros para elas

Uma das conclusões do grupo foi que muitas vezes os espaços seguros para as mulheres são, na verdade, um “não-lugar”. Isto é, nos sentimos acolhidas naqueles espaços onde estão pessoas gostamos e que nos oferecem apoio. Mais do que espaços físicos, são lugares que inspiram uma sensação de conforto, de pertencimento e, principalmente, de cura.

Muitas citaram que se sentem bem em baladas, restaurantes e bares onde podem circular tranquilamente quando estão sozinhas, por exemplo. Ouvimos a história de que, mais de uma vez, uma das mulheres estava almoçando sozinha e um homem sentou à sua mesa, porque concluiu que ela estava “disponível”.

Algumas mencionaram baladas LGBT e “de humanos”, ou seja, onde o público não reproduz preconceitos e distinções de gênero. Isso porque nesses locais, de maneira geral, elas não precisam se preocupar tanto com abordagens e julgamentos dos outros frequentadores.

Carmen e Fernanda em roda de conversa sobre espaços seguros para mulheres na cidade

Olha a gente puxando a roda de conversa!

Mais de uma participante disse que enfrenta seus medos e não deixa de circular na cidade como e quando quiser. “Eu ando à noite com medo mesmo. Respiro fundo e vou que vou”, disse uma delas. E outras concordaram. Falamos então dessa preparação das mulheres para a rua, que envolve se preocupar com o horário, o trajeto, a possibilidade de assédio e muitos outros fatores. E não apenas em relação à segurança pública, mas também em um excesso de zelo (e medo) do julgamento alheio em relação à roupa, à aparência, ao inchaço, aos pêlos.

Lugares de não-julgamento, portanto, também acolhem as mulheres.

Enfim, a 2ª roda de conversa Mulheres na Cidade foi um momento incrível de troca e apoio para todas e todos que participaram. E mês que vem tem mais! Assine a nossa newsletter e nos acompanhe nas redes sociais para saber mais detalhes e se inscrever.

Comentários
  • Eliete Sobral
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    Vocês estão de parabéns, foi uma conversa ótima. Saber que meus medos são mais que comuns e que temos sim, como melhorar a cidade, e assim esses nossos medos, irem embora, é ótimo.

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Participantes da terceira roda de conversa mulheres na cidade discutiram a utopia de uma cidade para mulheres